terça-feira, 8 de abril de 2008

Poema de Amigo

Ao ler isso lembrei-me de você,
embora eu não tenha lido o restante
porque não terminei de escrever,
de você me lembro todo instante.
Seu último presente está sendo
-não que tenhas me dado a visão-
o motivo pelo qual continuo vendo,
que tu me deste teu coração
para que eu continuasse vivendo,
com um pedaço teu, que é teu todo,
que pulsa e vive em mim,
mais que as memórias em mente,
és um pedaço meu, que me faz todo,
me deixa menos triste que contente
e mais feliz do que sorridente
justamente por não ser minha meta
receber a doação de um amigo poeta.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Dificuldades

É fácil compor na dor,
quando os dedos fracos
e o coração em buracos
tecem versos em terror.

É fácil compor na tristeza,
onde os olhos frios olham
numa congelada natureza
os jardins que não brotam.

É fácil compor na saudade,
quando o tempo já escorre
por entre dedos da vontade
num caminho que não percorre.

É fácil compor derrotado,
onde teu corpo toca o chão
na ponta do joelho ralado
é que se absorve inspiração.

Difícil é compor no prazer,
depois que o calor começar
tuas canetas vão derreter
e teus papéis vão queimar.

Difícil é compor na alegria,
pois nunca parará de sorrir.
Teu riso não deixará poesia
e teus olhos mal vão abrir.

Difícil é compor na presença
do amor contigo no espaço,
gerando toda essa querença
alternando beijos e abraço.

Difícil é compor na vitória,
quando tudo na vida muda
deixando pra trás a divisória
do pedido pra oferta de ajuda.