sexta-feira, 8 de março de 2013

Perereca Voadora

Estava eu meditando, sentado na grama do meu jardim, quando repentinamente minha visão fica distorcida, as cores começam a avermelharem-se e o calor toma conta daquela noite.

As nuvens afastam-se da lua como se estivesse ela abrindo uma passagem, uma comunicação com nosso solo.

O vento frio que batia em minhas costas descobertas tornava-se mais frio com o sereno depositado, ao passo que meu traseiro molhado derrapava na grama lentamente em direção ao meu copo de limonada suíça.

Foi quando senti o vento parar de tocar-me diretamente, e percebi a presença dum outro ser que, antes mesmo que eu pudesse pensar em reagir, bradou suavemente: "Vai começar o jogo..."

Antes da criatura terminar sua fala, tentei levantar-me e dar-lhe um soco giratório, enquanto ela terminava: "...da seleção".

Era a empregada Josina. Mas já era tarde demais, meu soco giratório acertou a Perereca Voadora que por ali passava naquele momento.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Nostalgia

Já senti isso antes
E me lembro ter sentido,
Mesmo não tendo sentido
Em todos os instantes.

Todas as coisas mudando
Para o que já eram,
Nada fica como fizeram,
Tudo foge de mando.

As sombras no chão
São das nuvens caminhar,
Que ao desviarem olhar
Ainda expressarão.

Sinto o cheiro da terra
Molhada da tempestade
Que lava a maldade
De quem ainda erra.

sábado, 2 de março de 2013

Reflexão

Eis que me vejo como estou
E estou como antes não estava
O que era limpo, já sujou,
Amarelou o que esbranquiçava

A luz agora dissipada
Ilumina

Perante a janela,
Caio sobre meus joelhos
E pego a flanela
Para limpar os espelhos