sábado, 29 de novembro de 2008

Última Vez

eu vou a ultima vez
te visitar, no leito terminal,
oscular-lhe os lábio,franzer sorrir
os lábios, arquear as sombrancelhas
,comtemplar seu sorriso sepulcral..

o aceno triste do coração que chorou
afasta o medo da perda que passou e
deixou um ultimo remendo de carta

E a clava forte ao fim da tarde
ritmava as despedidas da tua face,
enquanto seu olhar de desespero
me seguia e me desarmava

e nO ópio da indignação..
caminhos tristes que chegavam ao fim.
Jornada acabada de quem se amava,
sob um poço de terra sua alma abandonava,


caminhos de desencantos esse seus olhos
do antigo pranto,
táo tristes , táo mortos...

e no fim de um
dos teus abraços frios..
brota um deserto de miseréria...
e morre uma flor de compaixáo..

foi nesse ultimo fim do dia
a ultima vez que vi a cor teu caixão

domingo, 23 de novembro de 2008

Algo Bem Estranho

As vezes eu sinto que não há mais nada
Nada que se possa fazer
Sentir ou demonstrar
Ou então que não há mais ninguém
Que esteja interessada
No que se fazer
Sentir ou demonstrar

Parece que a noite esfria as pessoas
Todos vão ao mesmo lugar
Só que por caminhos diferentes
Vejo muitas pessoas solitárias
Que evitam contatos ou flertes
Dá pra perceber pelo olhar
Que estas pessoas são como presidiárias
Encarceradas em seus próprios limites

Mas nem sempre tudo é assim
Há algria também
E falando em alegria
Se voce a encontrar um dia
Dê um beijo nela por mim
Mesmo eu sabendo que voce não faz isso tão bem.

09-12-1983

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Alcance

Os meus dedos percorrem sua pele lisa e clara,
e não há relevo fora da sua perfeição,
nem há marcas nela que digam teu passado.

E nosso presente? Marcarei-te hoje?
Com os meus desejos ou minhas experiências?

Enquanto minhas impressões digitais preenchem
cada centímetro de superfície,
ainda não sei o que fazer...

Como será tua tatuagem?
Como serão minhas linhas em você,
se o limite de querer vai além
da capacidade de poder ter?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cheque

Pressão feliz e meu peido foge.
Não tive a sorte de estar perto de ti.
Seus dentes amarelados que quebravam como gelo
e meu coração temia aqueles seus olhos distantes... que nariz!

Como percevejo sem fedor, sua voz fumante arrepiava meu porco.
Quero eu passar os dias e as noites com meu ferro e esvaziar o leito e poder deitar.
Nunca mais quero respirar o ar e sentir que me falta o odor dos teus pés.

Risos no calvário mostram o cão preto, chegamos!
E nos puteiros, malditos ponteiros me lembram que tua presença é passageira...
Seus olhos, que nem de passarim, te fazem tão insignificante e tão engaiolada.

Um grilo preso em minha cueca compõe uma canção...

Qual delas irá me mamar primeiro?
Foi seu sorriso ou muita cerveja?
Mas suplico: Não chegue perto de mim, sou alérgico!

Ocupado

Em uma bela manhã ensolarada,
minha vida mudou quando olhei,
do outro lado da rua, na calçada,
a mulher pela qual me apaixonei.

E muitas vezes a vi caminhando,
dela eu nunca desviei meu olhar.
Minha timidez estava bloqueando,
com ela eu não conseguiria falar.

Mas num dia de muita sorte mesmo,
pude perceber onde ela morava.
Anotei aquele endereço a esmo,
e depois um telegrama eu enviava.

Muitos dias se passaram...

Eu já perdera minha esperança,
também não a via mais na rua.
Ela só vivia na minha lembrança,
estivesse nublado, ou sol, ou lua.

Numa sexta-feira, santa pra mim,
recebi uma mensagem no celular
que então deu à tristeza um fim
com uma boa razão pra me alegrar.

Liguei para ela no dia seguinte,
finalmente pude ouvir a sua voz
(por mais de duas horas e vinte),
e marcamos um encontro entre nós.

No encontro rápido de doze horas,
conheci um pouco de sua família,
seus irmãos jovens, umas senhoras,
e sua querida mãe, de nome Marília.

Mas o pior estava por vir, e veio,
quando ela partiria, logo em fevereiro,
(partindo meu coração ao meio)
deixando pra trás o Rio de Janeiro.

Irá pra Brasília estudar e trabalhar,
onde teria trabalho garantido,
mas seus amigos ela terá de deixar,
e um dia talvez ela me tenha esquecido.

Mas sempre há uma saída pro amor,
eu nunca permitiria deixá-la agora.
Eu coloquei-me todo ao seu dispor
para fazê-la ficar na mesma hora.

Não vou querer saber o final,
pois essa história está melosa.
Quem sabe um dia, coisa e tal,
eu a termine numa manhã ociosa?