sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ocupado

Em uma bela manhã ensolarada,
minha vida mudou quando olhei,
do outro lado da rua, na calçada,
a mulher pela qual me apaixonei.

E muitas vezes a vi caminhando,
dela eu nunca desviei meu olhar.
Minha timidez estava bloqueando,
com ela eu não conseguiria falar.

Mas num dia de muita sorte mesmo,
pude perceber onde ela morava.
Anotei aquele endereço a esmo,
e depois um telegrama eu enviava.

Muitos dias se passaram...

Eu já perdera minha esperança,
também não a via mais na rua.
Ela só vivia na minha lembrança,
estivesse nublado, ou sol, ou lua.

Numa sexta-feira, santa pra mim,
recebi uma mensagem no celular
que então deu à tristeza um fim
com uma boa razão pra me alegrar.

Liguei para ela no dia seguinte,
finalmente pude ouvir a sua voz
(por mais de duas horas e vinte),
e marcamos um encontro entre nós.

No encontro rápido de doze horas,
conheci um pouco de sua família,
seus irmãos jovens, umas senhoras,
e sua querida mãe, de nome Marília.

Mas o pior estava por vir, e veio,
quando ela partiria, logo em fevereiro,
(partindo meu coração ao meio)
deixando pra trás o Rio de Janeiro.

Irá pra Brasília estudar e trabalhar,
onde teria trabalho garantido,
mas seus amigos ela terá de deixar,
e um dia talvez ela me tenha esquecido.

Mas sempre há uma saída pro amor,
eu nunca permitiria deixá-la agora.
Eu coloquei-me todo ao seu dispor
para fazê-la ficar na mesma hora.

Não vou querer saber o final,
pois essa história está melosa.
Quem sabe um dia, coisa e tal,
eu a termine numa manhã ociosa?

Nenhum comentário: