quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mudar

Seu olhar me tira as palavras
Não há adjetivos para descrever
Muito menos para fazer rimar

Os versos nascem do coração
Mas crescem como prosas
E morrem aos seus pés

Poderei eu te puxar a orelha?
Poderei eu te beijar a testa
Como faço de manhã e a tarde?

Quero ser o seu alquimista
Transformando a malaquita
Para sempre em lápis-lazuli.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dia do Beijo

Hoje que do beijo é dia
Nada mais melhor rimaria
Do que a certeza que vejo:
A certeza que não beijo

Um dia como outro qualquer
Se diferencia se quiser
A rotina nos faz bocejar
Mas nela, prefira cantar

Dos lábios em movimento
Sopram-se os sentimentos
Quase beijam o microfone
Sem nem saber o seu nome

Coração com fome de amor
Queima as veias com furor
Seja mentira, seja verdade
O dia do beijo está tarde

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sobre Uma Árvore

Sobre uma árvore
Encontro morcego
Ele voa em passagens
Quando passa, me deito.

Uma sombra de cobra
Com asas que se movem
De toda destreza
Pelo ar rarefeito
Do centro de Fortaleza

Ó que destristeza,
Eis que é chegado o momento
Em que o homem afundado
Perece ao fundo do lago
E dele renasce o destemido
Que verá o firmamento
E comprovará tudo que tem crido.