quarta-feira, 25 de abril de 2007

Com Cem

Se todas as tristezas do coração
fossem trocadas por alegrias,
aceleraria minha pulsação
e meu peito explodiria.

Se todos os erros em minha mente
fossem totalmente esquecidos,
ou eu erraria novamente,
ou ficaria emburrecido.

Se todos os meus sonhos
fossem um dia realizados,
talvez fosse menos risonho
passar toda a vida acordado.

Se todos os meus amores
fossem bem correspondidos,
talvez eu sofresse as dores
de uns cem corações partidos.

Cem alegrias, cem experiências,
cem sonhos, cem amores,
cem erros, cem conseqüências,
cem pesadelos, cem dores.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Desinspiragro Poema de Agora

Hoje não estou inspirado,
minha mente dorme mastigada.
Hoje não pareço um tarado,
sou bêbado deitado na estrada.

O sol me acerta em cheio,
minha pele marrom coça,
faz-me ver silicone no seio
duma própria mulher da roça.

Grama debaixo do pé de caqui
pode ser boa para ser comida
antes de alguém libertar o Ki.

E que nasça da casca da ferida
o filho do chão donde eu caí.
Dê descanso a esta mente moída.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Medo

Espere-me, mas não voltarei cedo.
Sinuosos caminhos, mundo pequeno.
O tempo passa suave, eu não temo.
Mas temer algo é meu maior medo.

Aconteçam meus passos à frente,
meu futuro será o que foi passado.
Vou driblando, avançando apressado,
indo à volta da origem no presente.

Incertezas me aguardam, eu sei,
mas num mundo injusto circular
se sofre mais à corrente quebrar,
então por querer crescer, mudei.

Receio em escrever minha história,
não ouso correr neste túnel escuro.
Das voltas e narigadas nos muros
a luz da saída me saiu da memória.

Temo ir para o Oeste e para o Norte.
Não será meu destino final, afinal,
mas como sou mais um mero mortal,
cada passo que dou, preciso de sorte.