quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Teclado Sujo

Teclado este tão sujo, mas tão sujo,
que, por mais palavras de beleza
digitem-se por este compositor cujo
teclado sujo, não limpará tristeza.

Clarear-se-á a plena fé de que
por mais triste e mal inspirado
parecer-me quando vir a conceber
minha obra, nunca estive drogado.

Os versos aqui escritos aqui ficarão,
e somente daqui sairão para exposição
sob minha própria concessão, senão,
copie-os sob a pena de multa e prisão.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Nada

Nada pode ser mais forte que você.
Pelo esforço e pela meditação
é que suas obras sobreviverão,
porque nada é melhor que você.

Nada vai poder te superar,
cada coisa que você disser será,
ninguém contra ti se levantará
e terá tudo que puder conquistar.

Só tente não pisar em mim, contudo,
certamente teu peso não me agrada.
Principalmente se já tens de tudo.

Não nos tire essa alma lavada,
ou de mim, minha espada e escudo,
ou tu me transformará em nada.

Pensamentos

Pensamento é a porta do sentimento
e se concretiza pelas nossas ações,
nos faz prender ou soltar emoções
que se transformam em alegria ou lamento.

É muito bom agirmos com sinceridade
tratando dos outros com amor,
oferecendo-lhes uma bela flor
e fortalecendo sempre nossa amizade.

Então, faça o bem sem ver a quem
e nunca, nunca mesmo uma maldade,
ou poderá sofrer o mal também.
A mentira encobre a verdade.
Não devemos mentir pra ninguém,
mas sim promovermos a caridade.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Cizas no Chão

Cinzas no chão de piso negro
deitadas em monte coniforme
representam a dor que dorme
depois da punição, sossego.

Do sofrimento causado em mim
por não dar o braço a torcer,
por mais forte querer parecer,
as cinzas me deixaram assim.

Não quero-as mais para usar
nem para vê-las e relembrar.
Agora as desejo para queimar.

E, se o vendedor vier a perguntar
quais as sungas que vou levar,
cinzas - nunca mais vou comprar!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Janela

Vejo o topo de uma montanha,

Embaçado pela alva neblina

Do vapor do banho de Deus.

Invejava os morros e as colinas

Com sua altura torciculosa,

Que as folhas da bananeira vizinha

Tentavam de mim esconder.

Mas a força da montanha não era,

Pasmem, superior à da janela do quarto.

Janela gradiosa que prende,

De um lado das grades, a beleza,

De outro, a atenção dos que estão dentro.

Segura-nos em nossas limitações,

Protege-nos do que mais queremos,

Deixa-nos vir a imagem do mundo.

Seria a janela a razão pela qual a montanha é bela

Ou seria a janela apenas mais uma entre várias telas?

Seria a janela a saída de uma cela desportada?

Somente quem aqui sentar vai presenciar,

E talvez saberá responder as questões,

Mas a janela da mente terá outras inspirações

Que não sejam apenas um buraco na parede

Feito por um ingênuo pedreiro...

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Que Vale Mais?

O que mais poderia fazer
para entrar para a história
quando a melhor trajetória
é a que faça a bola descer?

Em quem eu posso confiar
para representar a bandeira
de nossa amada nação inteira
se todo mundo quer ganhar?

O que representará o ouro
enquanto este dia amanhece
e a gente às vezes se esquece
que o amor é o nosso tesouro?

O quanto valeu cada jogada,
cada gota de suor e esforço
se cada começo é um esboço
de uma partida terminada?

Por que meu coração bate a mil
se essa vitória tão querida
por pouco não foi atribuída
às guerreiras do nosso Brasil?

O que me dá orgulho assim
é ver que tenham jogado,
e mesmo com o rosto calado,
diziam: "Dei o melhor de mim".

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Futuro do País

Mais de vinte e quatro mil reais
em muitas notas sujas de um real
tiradas de um povo sem um mal
que são taxados como animais.

Não preciso de um lar pra morar
não preciso nem comer pra viver
não preciso saber ler pra entender
que só temos de saber trabalhar.

E é este dinheiro sujo pela lama
que vai para o nosso deputado
que foi pelo nosso suor molhado
e também pelas goteiras na cama.

Ele o usará melhor do que nós
bancando seus prazeres e orgias
em suas viagens por noites e dias
em aviões, iates, cavalos e trenós.

Apesar da vida que você desfruta
de nosso dinheiro sendo detentor
você nunca ganhará o nosso amor
seu diabo vagabundo filho da mãe.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Almoço na Terra

Essa vai pra quem eu amo
e vai pra quem eu esqueci.
Vai pra quem não conheci
aluna e instrutor de piano.

Palavra que imagem golpeia.
Quem ousaria um dia falar
que na China não veio do mar
o recém nascido bebê sereia?

Encontro o coração enegrecido
foi cortado em partes e deitado
sobre talos de macarrão cozido.

Convites chegam pelos ares,
mas ainda não fui convidado
para entrevista com o Jô Soares.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ponteiros

Bate o ponteiro, bate o ponteiro,
treme a parede, treme a cabeça,
e por mais incrivel que pareça
dói a minha cabeça o dia inteiro.

A mente perfurada com o som
é como o buraco que eu furo:
A cada centímetro pelo muro
desafina-se mais em seu tom.

Pedaços se soltam aos poucos
e se amontoam pelo gélido chão.
O pó limitando minha respiração
como a camisa que é dos loucos.

Não dão sossego ao pensamento
os ponteiros que vieram demolir.
Concentrar-me-ei para conseguir
fechar essa folha de pagamento.

Por que fazem orquestra tão má
se poderiam escrever poesia
ou até trabalhar numa padaria
assando pães e bolos de fubá?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Um Sonho

Todos os sonhos que sonho,
eu sonho que se realizem.
Será que num dia tristonho
as felicidades se concretizem?

Pode existir na falta de ser
o que vejo eu só ao imaginar
coisas que não poderei viver
e momentos para recordar.

Não só quero te fazer sorrir
quanto ver-te sorrir quero.
Quero mostrar, sem fingir,
o meu amor todo é sincero.

Nos sonhos, na escuridão,
longe de você, há saudade.
Não sei que imobilização
sofro perto de ti, realidade.

Nunca comporei uma poesia
sem você, falando de amor.
Como então eu conseguiria
te conquistar com esplendor?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Desilusão

Se algumas letras de música
trazem aos cantores dinheiro,
vejo que e-mails de letra tísica
nunca trazem a mim seu cheiro.

Se a beleza do céu me faz voar
pela feiura do chão onde piso.
Todos os smileys que eu digitar
nunca trarão a mim seu sorriso.

Se coisas boas podem ser tardias
como mensagem numa botelha,
outras coisas serão só fantasias.
Nunca poderei morder sua orelha.

E se Deus agora escreve certo,
porém por bate-papos tortos,
só poderei te sentir tão perto
visitando o mundo dos mortos.

Se todas as rimas vem de mim
e algumas não do meu coração.
É dificil entender, como o chim,
por que me tens essa antepaixão.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O Viajante

Venha tempo, passe por mim! Derrube este velho bêbado de cima desta locomotiva!
Venha vento, agite o capim! Empurre neste velho bêbado toda essa alva neblina!
Os galhos das árvores não são os geradores das cicatrizes mais profundas,
a cola nos cartazes só nos serve pra atrapalhar a limpar nossas bundas!

Cale a boca e desça daí, seu velho biruta e filho duma prostituta!
Se eu tiver que subir aí em cima, vou te jogar daí! Escuta!

Pode vir, seu sertanejo afeminado do traseiro calejado!
Soube que você é a famosa bicha-louca do serrado!

E antes de Tonhão da Roça lhe encostar a mão,
surpreendido pelo que precede a escuridão,
o velho bêbado foi arremessado ao chão.
Nem teve tempo de gritar "não".

Está agora nos trilhos caído,
ganhou um crânio partido
do tunel das encostas
que deu as costas.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Dez Dias

Amanhã é o primeiro que, na meia manhã,
surgirá algo sem cheiro nem gosto de maçã.
E assim será, e todos os dias surgirá,
sempre na mesma hora, algo antigo.
O renascimento depois do abandono,
a homenagem depois do esquecimento.

Os restos dos pensamentos do homem só,
foram achados, e serão todos devorados.

sábado, 29 de novembro de 2008

Última Vez

eu vou a ultima vez
te visitar, no leito terminal,
oscular-lhe os lábio,franzer sorrir
os lábios, arquear as sombrancelhas
,comtemplar seu sorriso sepulcral..

o aceno triste do coração que chorou
afasta o medo da perda que passou e
deixou um ultimo remendo de carta

E a clava forte ao fim da tarde
ritmava as despedidas da tua face,
enquanto seu olhar de desespero
me seguia e me desarmava

e nO ópio da indignação..
caminhos tristes que chegavam ao fim.
Jornada acabada de quem se amava,
sob um poço de terra sua alma abandonava,


caminhos de desencantos esse seus olhos
do antigo pranto,
táo tristes , táo mortos...

e no fim de um
dos teus abraços frios..
brota um deserto de miseréria...
e morre uma flor de compaixáo..

foi nesse ultimo fim do dia
a ultima vez que vi a cor teu caixão

domingo, 23 de novembro de 2008

Algo Bem Estranho

As vezes eu sinto que não há mais nada
Nada que se possa fazer
Sentir ou demonstrar
Ou então que não há mais ninguém
Que esteja interessada
No que se fazer
Sentir ou demonstrar

Parece que a noite esfria as pessoas
Todos vão ao mesmo lugar
Só que por caminhos diferentes
Vejo muitas pessoas solitárias
Que evitam contatos ou flertes
Dá pra perceber pelo olhar
Que estas pessoas são como presidiárias
Encarceradas em seus próprios limites

Mas nem sempre tudo é assim
Há algria também
E falando em alegria
Se voce a encontrar um dia
Dê um beijo nela por mim
Mesmo eu sabendo que voce não faz isso tão bem.

09-12-1983

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Alcance

Os meus dedos percorrem sua pele lisa e clara,
e não há relevo fora da sua perfeição,
nem há marcas nela que digam teu passado.

E nosso presente? Marcarei-te hoje?
Com os meus desejos ou minhas experiências?

Enquanto minhas impressões digitais preenchem
cada centímetro de superfície,
ainda não sei o que fazer...

Como será tua tatuagem?
Como serão minhas linhas em você,
se o limite de querer vai além
da capacidade de poder ter?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cheque

Pressão feliz e meu peido foge.
Não tive a sorte de estar perto de ti.
Seus dentes amarelados que quebravam como gelo
e meu coração temia aqueles seus olhos distantes... que nariz!

Como percevejo sem fedor, sua voz fumante arrepiava meu porco.
Quero eu passar os dias e as noites com meu ferro e esvaziar o leito e poder deitar.
Nunca mais quero respirar o ar e sentir que me falta o odor dos teus pés.

Risos no calvário mostram o cão preto, chegamos!
E nos puteiros, malditos ponteiros me lembram que tua presença é passageira...
Seus olhos, que nem de passarim, te fazem tão insignificante e tão engaiolada.

Um grilo preso em minha cueca compõe uma canção...

Qual delas irá me mamar primeiro?
Foi seu sorriso ou muita cerveja?
Mas suplico: Não chegue perto de mim, sou alérgico!

Ocupado

Em uma bela manhã ensolarada,
minha vida mudou quando olhei,
do outro lado da rua, na calçada,
a mulher pela qual me apaixonei.

E muitas vezes a vi caminhando,
dela eu nunca desviei meu olhar.
Minha timidez estava bloqueando,
com ela eu não conseguiria falar.

Mas num dia de muita sorte mesmo,
pude perceber onde ela morava.
Anotei aquele endereço a esmo,
e depois um telegrama eu enviava.

Muitos dias se passaram...

Eu já perdera minha esperança,
também não a via mais na rua.
Ela só vivia na minha lembrança,
estivesse nublado, ou sol, ou lua.

Numa sexta-feira, santa pra mim,
recebi uma mensagem no celular
que então deu à tristeza um fim
com uma boa razão pra me alegrar.

Liguei para ela no dia seguinte,
finalmente pude ouvir a sua voz
(por mais de duas horas e vinte),
e marcamos um encontro entre nós.

No encontro rápido de doze horas,
conheci um pouco de sua família,
seus irmãos jovens, umas senhoras,
e sua querida mãe, de nome Marília.

Mas o pior estava por vir, e veio,
quando ela partiria, logo em fevereiro,
(partindo meu coração ao meio)
deixando pra trás o Rio de Janeiro.

Irá pra Brasília estudar e trabalhar,
onde teria trabalho garantido,
mas seus amigos ela terá de deixar,
e um dia talvez ela me tenha esquecido.

Mas sempre há uma saída pro amor,
eu nunca permitiria deixá-la agora.
Eu coloquei-me todo ao seu dispor
para fazê-la ficar na mesma hora.

Não vou querer saber o final,
pois essa história está melosa.
Quem sabe um dia, coisa e tal,
eu a termine numa manhã ociosa?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Que Diabos?

Que diabos escrever sem inspiração?
Uma pergunta no início do poema,
depois a resposta dando continuação
ao assunto, pensamento ou tema?

Ninguém liga para o que escrevo!
Eu posso insultar os que não lêem?
Nem pelas quatro folhas do trevo,
já que eles aqui nem mesmo vêm!

Mas parece que componho algo agora...
nada de mais, uma coisinha qualquer
que é fruto das improdutivas horas.

Portanto, se nada estou produzindo,
irei as rimas e palavras simples,
das quais utilizei-me sorrindo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Materialize seus pensamentos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Quantas idéias você teve que nunca mais se lembrará?

terça-feira, 8 de abril de 2008

Poema de Amigo

Ao ler isso lembrei-me de você,
embora eu não tenha lido o restante
porque não terminei de escrever,
de você me lembro todo instante.
Seu último presente está sendo
-não que tenhas me dado a visão-
o motivo pelo qual continuo vendo,
que tu me deste teu coração
para que eu continuasse vivendo,
com um pedaço teu, que é teu todo,
que pulsa e vive em mim,
mais que as memórias em mente,
és um pedaço meu, que me faz todo,
me deixa menos triste que contente
e mais feliz do que sorridente
justamente por não ser minha meta
receber a doação de um amigo poeta.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Dificuldades

É fácil compor na dor,
quando os dedos fracos
e o coração em buracos
tecem versos em terror.

É fácil compor na tristeza,
onde os olhos frios olham
numa congelada natureza
os jardins que não brotam.

É fácil compor na saudade,
quando o tempo já escorre
por entre dedos da vontade
num caminho que não percorre.

É fácil compor derrotado,
onde teu corpo toca o chão
na ponta do joelho ralado
é que se absorve inspiração.

Difícil é compor no prazer,
depois que o calor começar
tuas canetas vão derreter
e teus papéis vão queimar.

Difícil é compor na alegria,
pois nunca parará de sorrir.
Teu riso não deixará poesia
e teus olhos mal vão abrir.

Difícil é compor na presença
do amor contigo no espaço,
gerando toda essa querença
alternando beijos e abraço.

Difícil é compor na vitória,
quando tudo na vida muda
deixando pra trás a divisória
do pedido pra oferta de ajuda.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O Fel da Dor

Desfaz-se do doce ardor do fel
a viciosa delícia da dor,
que esguicha vermelha do corpo
e tinge sua pele sem cor.

E como um paladino, cavalgo
por estes trilhos do pecado
quais reluzem espadas cortantes
nos rostos de dor dos empalados.

Se, fissurado em seus gemidos
torna-se maldito o que era trágico,
do amargo e quente liquido corado
torna-se o lábio ensangüentado.

Deste saboroso rato que alimenta
dá-me de provar teu valioso sumo
que pedes-me que te apimente
e teus restos faz-se estrumo.

Mas durante minha loucura
já não sabe como aproveitar.
Finge, tenta, mas não segura,
pois desaprenderas a chorar...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Respirar o Ar

Nada mais tenho a desejar,
a não ser respirar esse ar
para que eu possa expressar
que estou feliz com teu amar.

Ainda não acredito ao avistar
aquela que colore o meu olhar
com o sorriso do brilho solar
iniciando um lindo despertar.

Dêem-me o direito de respirar.
Tirem-me das palavras o rimar,
e assim posso parar de pensar
pra aproveitar contigo o luar.

Paraíso é tê-la para abraçar
com vento soprando para o mar
sem hora de sair ou de chegar
seremos o céu sob o estrelar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Embaralho

Sinto falta dos olhos euro-asiáticos de maníaca,
nunca me satisfizeram, por isso você se foi.
A partir de agora endurecerei meu coração,
nem um milhão de músicas românticas mudarão isso,
nem montando um cavalo sem nome à quarenta milhas do sol,
sobreviverei, sozinho, toda a noite, toda minha vida.
Haverá sempre algo pra lembrar-me, instinto animal,
por que te amo, por sua causa, linda.
Sua cama de rosas difere-se das camas em chamas,
deito-me entre os lençóis, por trás de seus olhos azuis.
Meus olhos negros de rosas negras choram vinho amargo,
não posso lutar contra esse sentimento, não posso parar.

Posicionamento Temporal

Não me pergunte novamente como vou,
pois saiba que vou com o que se move.
Mas se quiser mesmo saber onde estou,
certamente direi que estou no mês nove.

Embora eu tenha vindo do sexto mês,
essas voltas que o sol dá em meu redor,
já passei pelo mês seis mais de uma vez.

Sem Perceber

Na primeira noite, levantei-me leve em solo desconhecido.
Estava dormente, por completo, não sei por quanto tempo havia dormido.
Em minha mente o desejo de te ver me fez correr como vento,
Pela noite escura que nem me tocava o relento, cheguei ao teu apartamento.

E por mais alto que grite, tu não te levantas da cama.
Não atende aquele que com esforço te chama...
Apenas deixa-me perceber que o que molha tua cama
São as lágrimas daquela que ainda me ama...

Hoje sei que não há mistérios entre dois amantes sérios debaixo dos lençóis.
Sei que não há adultérios neste momento em que sós, estamos debaixo dos lençóis.
Você é a vida que sopra-me, você é a maior parte de mim enquanto debaixo dos lençóis.

Teu sonho escapa pelos vãos e vai voando pro véu do céu de mais uma noite,
Que passaremos debaixo dos lençóis. E teu sonho me diz estou tão frio:
O triste silencio de meu coração anuncia a solidão de tua oração,
Debaixo dos teus lençóis de algodão, longe dos meus lençóis de chão.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Atração

O que é isso que tanto me atrai,
usando meu coração como ponteiro
que me indica a direção que vai
aquela em que penso o dia inteiro?

Que coisa é essa que é tão forte,
confiante sempre, me dá segurança,
antes de eu cair já é meu suporte
e antes de dormir é minha boança?

É o mundo girando em torno de nós,
tudo some quando estamos juntos
mas o tempo acelera quando a sós.

Mais que feliz, esqueço a tristeza.
Mas como não pensaria em algo bom?
Meus olhos só enxergam sua beleza!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O mel do amor

Faz-se do doce sabor do mel
O delicioso vício do amor
Que escorre cremoso em seu corpo
E lambuza o seu ardor

E com o paladar percorro
Este saboroso rio amarelado
Qual reluz como ouro cintilante
Que se espalha em meus lábios

Se misturado aos seus fluidos
Torna-se divino o que era mágico
Do inebriante liquido dourado
Surge o gosto mais cobiçado

Neste saboroso prato me alimenta
Dá-me de provar teu valioso sumo
Que encanta minha mente
E Me faz perder o rumo

Mas durante minha loucura
Já não sabe o que fazer
Se contorce, se segura...
...E se entrega ao prazer

Ítalo Nievinski

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Inexplicável

Demoraram algum tempo para acreditar
que fugiram de suas grades do juízo
e voaram rumo ao brilhante paraíso,
e pra lá poderiam sempre ir e voltar.

Vivem entre a realidade e os sonhos,
completando um ao outro em abraços,
seguiram juntos ao Futuro em passos
que davam com seus rostos risonhos.

Em muito pouco tempo, se entregaram,
em tão pouco tempo, eternizaram-se.
Dois corações num amor juntaram-se
e alguns versos eles me inspiraram.

Talvez ainda sejam uma coisa secreta
que ainda não exista na humanidade.
Algo além da ciência e da sociedade,
ou então deve ser o amor de um poeta.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Um Mar de Rios

Ah como é bom poder compor uma poesia
de versos rimando com a doce alegria,
que, de tão puros, o coração contagiaria
e até o mais bruto e rude leitor sorriria.

Hoje meu compor é como o fluir da água,
que antes escorria das pedras em filete,
mas os teus Rios encheram-me pra cacete
e me transformei neste Mar sem frágua.

No entanto, às vezes pareço estar frio,
não é que teu calor não me seja quente,
mas é um pouco do meu medo residente
de pensar que você abandone esse Rio.

Mas eu nunca deixarei isso acontecer,
não enquanto eu estiver do seu lado,
Pois contigo, sempre estarei abraçado
antes, durante e depois do amanhecer.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

O Fim Amargo

Eu, hoje, não tenho mais lar.
Não tenho mais um trabalho,
nem família para me mimar,
nem sou coringa no baralho.

Mas eu tive tudo que quero,
e por essa razão, até agora,
ao meu coração fui sincero,
mas quando você foi embora...

Tive de mentir pra mim mesmo
que você não partiu de vez,
e um dia você voltaria a esmo,
dando de volta minha sensatez.

Minha eternidade durou pouco,
muito menos que a nostalgia.
E, para não agir como louco,
encerrarei logo esta poesia.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Instinto

Compor é instintivo...

Quando a natureza das coisas torna-se mais forte que a inspiração,
uma devastadora vontade de expressar-se aperta o coração
e os navios do instinto bombardeiam os da razão
é hora de correr com o papel na mão,
para o banheiro ou não.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Batalha

Luta , que eu te espero,
esperança, que eu te torço,
brigo , luto ,no maior alvoroço,
lanço cordas sobre seu pescoço,
para evitar o maior estorvo,
e ainda sim procurar livrar
o primeiro filho do teu povo,
e enfeitá-lo com belos adornos,
donde não podeis ir,
na terra em que não podeis entrar,
chorará adianta a mágoa infinita,
pois a sua hora sofrida ,já não me é mais tão querida,
no final , cairá...gemida..em alguma memória escondida.