sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O Fel da Dor

Desfaz-se do doce ardor do fel
a viciosa delícia da dor,
que esguicha vermelha do corpo
e tinge sua pele sem cor.

E como um paladino, cavalgo
por estes trilhos do pecado
quais reluzem espadas cortantes
nos rostos de dor dos empalados.

Se, fissurado em seus gemidos
torna-se maldito o que era trágico,
do amargo e quente liquido corado
torna-se o lábio ensangüentado.

Deste saboroso rato que alimenta
dá-me de provar teu valioso sumo
que pedes-me que te apimente
e teus restos faz-se estrumo.

Mas durante minha loucura
já não sabe como aproveitar.
Finge, tenta, mas não segura,
pois desaprenderas a chorar...

Nenhum comentário: