Prevenir a queimada das matas
Ou as queimaduras nas pessoas?
Queimaduras graves podem matar
E pessoas no mato podem queimar
Eis ali a padaria do Dirceu,
Aquele o qual a mata deixou
Com sua balconista que vendeu
A rosca que o padeiro não queimou.
O Matereísmo é o movimento literário que busca a ruptura com o pós-modernismo através da não-ruptura, rompendo assim com todos os movimentos anteriores. Vem da consideração da matéria, do etéreo e do abismo paradoxal do definitivismo aleatório circular.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Caminho das Pedras
Sobre meus pés caminho o caminho sob meus pés.
Pés existem. Caminhos existem. Pedras existem.
Há um pé no caminho enquando o outro levanta.
Há um caminho no pé que a mente nos adianta.
Pedra no caminho adiante.
Pedra no caminho passado.
Pedras procuram seus Pedros.
Meu nome não é Pedro.
Meu nome é Setora.
Pés existem. Caminhos existem. Pedras existem.
Há um pé no caminho enquando o outro levanta.
Há um caminho no pé que a mente nos adianta.
Pedra no caminho adiante.
Pedra no caminho passado.
Pedras procuram seus Pedros.
Meu nome não é Pedro.
Meu nome é Setora.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
As Pautas do Intestino
Nas entranhas do deserto
Mandei um papo esperto
Para o vendedor de pastel
Cinco por uma garrafa de mel.
Tuas hortas eu marquei
Por onde correndo passei
Com o lastro desastroso
Do intestino infeccioso.
Grande foi a correria
Por duas noites e um dia
Onde no deserto sem dinheiro
Tentei trocar mel por banheiro.
Estimo a minha melhora
Pois no estado de agora
Perdi todos os quilos nossos
Só sobrou a gordura dos ossos
E quando o deserto se fez ausente
Estava meu amigo na minha frente
Apelidado de Mestre Raposa Felpuda
E ele me deu a sua própria bermuda!
Mandei um papo esperto
Para o vendedor de pastel
Cinco por uma garrafa de mel.
Tuas hortas eu marquei
Por onde correndo passei
Com o lastro desastroso
Do intestino infeccioso.
Grande foi a correria
Por duas noites e um dia
Onde no deserto sem dinheiro
Tentei trocar mel por banheiro.
Estimo a minha melhora
Pois no estado de agora
Perdi todos os quilos nossos
Só sobrou a gordura dos ossos
E quando o deserto se fez ausente
Estava meu amigo na minha frente
Apelidado de Mestre Raposa Felpuda
E ele me deu a sua própria bermuda!
Fira
Descasquei as escamas da cor
E as lancei no saco da doçura
Quando encontrei-me escritor.
Quando descobri a palavra "amor"
E a escrevia, parecia tão pura
Eu era apenas um amante amador
Ingênuo e inexperiente homem
Um caçador desatento
Um papagaio sem vento
No abismo despenco
A mercê do impacto que me parará
E grandioso foi meu pecar
Não conseguia conquistar
Apenas me via estando a cobiçar
A glória dos outros para a roubar
O que diria o próprio anjo mau
Quando de mau com sua natureza?
Ou ao lado da armadura que despira
Gritaria meu nome para que eu o fira?
E as lancei no saco da doçura
Quando encontrei-me escritor.
Quando descobri a palavra "amor"
E a escrevia, parecia tão pura
Eu era apenas um amante amador
Ingênuo e inexperiente homem
Um caçador desatento
Um papagaio sem vento
No abismo despenco
A mercê do impacto que me parará
E grandioso foi meu pecar
Não conseguia conquistar
Apenas me via estando a cobiçar
A glória dos outros para a roubar
O que diria o próprio anjo mau
Quando de mau com sua natureza?
Ou ao lado da armadura que despira
Gritaria meu nome para que eu o fira?
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Atchim
Era uma visão hormonal
Aquele almoço das sobras
Perfeita reunião sem igual
Dos que trabalham nas obras
Observo traças em meu feijão
Ao perceber alguém olhar, eu aceno
Peço pro pedreiro pequeno passar o manjericão
Não satisfeito, tusso obsceno
Pois meu espirro se torna veneno
Quando o catarro cai sobre o agrião
Primeiro os salgados, depois os doces
Uma laranja sem bagaço
Derramando-se sobre couves-flores
Ao lado dos grãos de arroz e seus alvores
Perante aqueles que serão seus engolidores.
Aquele almoço das sobras
Perfeita reunião sem igual
Dos que trabalham nas obras
Observo traças em meu feijão
Ao perceber alguém olhar, eu aceno
Peço pro pedreiro pequeno passar o manjericão
Não satisfeito, tusso obsceno
Pois meu espirro se torna veneno
Quando o catarro cai sobre o agrião
Primeiro os salgados, depois os doces
Uma laranja sem bagaço
Derramando-se sobre couves-flores
Ao lado dos grãos de arroz e seus alvores
Perante aqueles que serão seus engolidores.
Vendo
O elemento vendo
O tornozelo que acama
Em tropeço na lama
Do cego remelento
Eu já tenho há um tempo
E agora estou vendendo
Antes de se interditar
Duas lâminas divididas
Já foram de talho, corte
Amolei, vendi na esquina
Agora é tudo mais em cima
E já chegaram mais da China
De porcelana óssil suína
Para batina ou para rapina.
O tornozelo que acama
Em tropeço na lama
Do cego remelento
Eu já tenho há um tempo
E agora estou vendendo
Antes de se interditar
Duas lâminas divididas
Já foram de talho, corte
Amolei, vendi na esquina
Agora é tudo mais em cima
E já chegaram mais da China
De porcelana óssil suína
Para batina ou para rapina.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Calção
Calção dos meus bagos
Entre as coxas esmago-os.
Como bolas intocáveis
Coladas nos cartazes
Para conquistar
E multiplicar
As cuecas históricas
Ainda vão se aposentar
Como prosas escondidas
Em folhas vergonhosas
Pintando as valas
Feios peixes nas águas
Tão mal bordadas
Tão bem guardadas
A festa das linhas
Estava alargada.
Entre as coxas esmago-os.
Como bolas intocáveis
Coladas nos cartazes
Para conquistar
E multiplicar
As cuecas históricas
Ainda vão se aposentar
Como prosas escondidas
Em folhas vergonhosas
Pintando as valas
Feios peixes nas águas
Tão mal bordadas
Tão bem guardadas
A festa das linhas
Estava alargada.
Aperto
Mendiga, para que tu saibas,
Meu uniforme é de esquilo que nada,
Os frutos que tu colhias
E com sorriso comias,
Entalaram na digestão
Como a flor da torta de limão.
Com o formato do bico da poma
Da tua superstição
Que parece o condiloma
da bruxa da história de Maria e João
São os líricos da percussão
Tocando nas fossas em construção
Perto dos meus dedos,
Perto das minhas rodas,
Tu lembra do uredo
Tu lembra da nódoa
Tu me mira e arrota
Dentro da sua própria moda.
Meu uniforme é de esquilo que nada,
Os frutos que tu colhias
E com sorriso comias,
Entalaram na digestão
Como a flor da torta de limão.
Com o formato do bico da poma
Da tua superstição
Que parece o condiloma
da bruxa da história de Maria e João
São os líricos da percussão
Tocando nas fossas em construção
Perto dos meus dedos,
Perto das minhas rodas,
Tu lembra do uredo
Tu lembra da nódoa
Tu me mira e arrota
Dentro da sua própria moda.
Poesia Lenta - Previsto
Luz negra que desacende
Em dia de sol tão quente
Corrida amouca,
Pelado sem touca
Com a garganta rouca.
E há reencontro no amanhecer
Entre os que acabam de renascer
O teu riso odiado
Leva embora um veado assado.
Em dia de sol tão quente
Corrida amouca,
Pelado sem touca
Com a garganta rouca.
E há reencontro no amanhecer
Entre os que acabam de renascer
O teu riso odiado
Leva embora um veado assado.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Vamos Sair
Vamos sair das poesias por um momento
E contemplar a complexidade do nada.
Vamos sair das rimas de amor e lamento
E rirmos dos nossos tropeços na calçada.
Vamos sair da rotina e pular uma linha
Vamos sair e mudar o assunto,
Já ouviu a Rádio Polska Stacja?
Vamos sair do computador,
Não que estejamos nele...
Mas não importa!
Vamos sair a imitar Silvio Santos,
Arrotar, beber mate, jogar dominó.
Vamos sair para o sítio da minha vó?
E contemplar a complexidade do nada.
Vamos sair das rimas de amor e lamento
E rirmos dos nossos tropeços na calçada.
Vamos sair da rotina e pular uma linha
Vamos sair e mudar o assunto,
Já ouviu a Rádio Polska Stacja?
Vamos sair do computador,
Não que estejamos nele...
Mas não importa!
Vamos sair a imitar Silvio Santos,
Arrotar, beber mate, jogar dominó.
Vamos sair para o sítio da minha vó?
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