domingo, 14 de dezembro de 2008

Janela

Vejo o topo de uma montanha,

Embaçado pela alva neblina

Do vapor do banho de Deus.

Invejava os morros e as colinas

Com sua altura torciculosa,

Que as folhas da bananeira vizinha

Tentavam de mim esconder.

Mas a força da montanha não era,

Pasmem, superior à da janela do quarto.

Janela gradiosa que prende,

De um lado das grades, a beleza,

De outro, a atenção dos que estão dentro.

Segura-nos em nossas limitações,

Protege-nos do que mais queremos,

Deixa-nos vir a imagem do mundo.

Seria a janela a razão pela qual a montanha é bela

Ou seria a janela apenas mais uma entre várias telas?

Seria a janela a saída de uma cela desportada?

Somente quem aqui sentar vai presenciar,

E talvez saberá responder as questões,

Mas a janela da mente terá outras inspirações

Que não sejam apenas um buraco na parede

Feito por um ingênuo pedreiro...

Nenhum comentário: