Vejo o topo de uma montanha,
Embaçado pela alva neblina
Do vapor do banho de Deus.
Invejava os morros e as colinas
Com sua altura torciculosa,
Que as folhas da bananeira vizinha
Tentavam de mim esconder.
Mas a força da montanha não era,
Pasmem, superior à da janela do quarto.
Janela gradiosa que prende,
De um lado das grades, a beleza,
De outro, a atenção dos que estão dentro.
Segura-nos em nossas limitações,
Protege-nos do que mais queremos,
Deixa-nos vir a imagem do mundo.
Seria a janela a razão pela qual a montanha é bela
Ou seria a janela apenas mais uma entre várias telas?
Seria a janela a saída de uma cela desportada?
Somente quem aqui sentar vai presenciar,
E talvez saberá responder as questões,
Mas a janela da mente terá outras inspirações
Que não sejam apenas um buraco na parede
Feito por um ingênuo pedreiro...
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