quarta-feira, 28 de março de 2007

Múltiplos Sentidos

Imagens em mente, mentem, não sente?
Veja com as vendas que os olhos vedam
que o fruto da flor da árvore da semente
nascera dos pássaros que no chão defecam!

Sons em memória, calam, não ouve?
Ouça com os fones dos seus telefones
que o vento que sopra no pé de couve
é como a saliva que voa nos microfones!

Gostos em prazeres, apagam, não prova?
Saboreie com sanduíche e batata frita
a água de gosto de uma alma mais nova
como sangue da veia da boca que ainda grita!

Texturas em pele, misturam, não duram.
Acaricie uma pétala de uma rosa rosada
e sentirá que como os espinhos que furam
a pétala não dura se arrancada e mutilada.

Cheiros sem narizes, dissipam, aos poucos.
Como todos os gases do peido de Napoleão
que se tornaram moeda de troca dos loucos,
das cabeças dos capitalistas mais surgirão.

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