segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Flores

Uma flor não te darei,
não sou covarde assim.
Esta planta não plantei,
não a separei do capim,
nem mesmo a cultivei
para usá-la para mim.

Por mais vida que você emane,
esta flor morreria em teus cabelos.
A vida existente a morte bane,
por mais bonitos que podes vê-los,
o tempo apaga o que é galane
por maiores que sejam os apelos.

Se é o destino da flor morrer magra,
que não seja pelas minhas mãos,
nem que seja pela sua face sagra
nem pelo pisar dos meus irmãos.
A flor que a este solo consagra
representa um sorriso dos grãos.

Mas pensando bem,
ignorarei meu próprio aviso,
pois há uma coisa que você tem
que é comparada ao paraíso.
Diga-me, como é que alguém
pode resistir ao teu sorriso?

Se eu sacrificar uma flor,
que seja esta para te dar.
Que eu lhe presenteie com amor
sob o observar do teu olhar,
e teu sorriso fará um cobertor
com muito mais flores a brotar.

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