Apaguem os versos de mim,
essas palavras não falam!
Obra dos dias que passaram
cuja chatice não tinha fim.
Nós ouvimos passos da morte.
Relógio de parede taqueando
e versos no teclado, teclando.
Apostaria se tivesse a sorte?
Posso por momentos esquecer
ao lembrar dos olhos, a olhar.
E ela está em seu melhor estar
que meus olhos poderiam ver.
Toda aleatoriedade criada
se transforma em inspiração.
Nascem-me versos que serão
cortantes como espada afiada.
Espada que encravo no peito.
Quanto mais nela eu penso,
mais aumenta o saldo tenso
por pensar em não ser o eleito.
Da gratidão com ódio e amor,
pelas cotas da minha existência
com alusão à sua experiência.
Atenda ao meu pedido, por favor.
Apaguem os versos de mim,
essas palavras eu não falei!
São desejos que não queimei
com ardente chama carmesim.
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