quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Lobos Uivantes

Céu de lua de cheia tigela prateada,
cercada de estrelas de pontas de lança.
Folhas de bambu que o vento balança
e as lança às poças d'água na estrada.

Sons de dedilhadas cordas da harpa
não são calmos para poder pernoitar,
nem são desafinados para te acordar
do sono que dorme na verde escarpa.

Calmo tempo que devagar passará,
com calma, lento, detalhado e certo.
Observo que tudo dorme por perto,
e escrevo os versos abaixo, você lerá.

Ao passo que ouço um intruso na casa,
corro silencioso pelas moitas de capim,
desembainho minha espada espadachim
para fatiar essa ousada pessoa rasa.

Surpresos, dois lobos com um pernil,
sairam corrento, com meu jantar preparado.
Fico somente com a certeza do resultado:
quem come pernil é a cadela que os pariu.

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