domingo, 28 de janeiro de 2007

O Tempo

Hoje o tempo está o que estava amanhã.
Anjo na areia da praia, mal desenhado,
perto de onde ontem eu estava sentado
com minha mãe, meu pai e minha irmã.

Umas nuvens levadas nos céus pelo vento
é tudo que posso ver pela pequena fresta,
mesmo próximo, encostando até a testa
e olhando pelo olho menos remelento.

Manhã de prelúdio de um novo começo
de mais um dia que ainda vai se passar.
Se pelo menos eu parasse as ondas do mar...
Talvez conseguisse se voltasse do berço.

Abro a porta, vou em direção ao oceano.
Ao que me acaricia suave no peito a brisa,
aproximo do mar como o carro da balisa.
Sinto água nos meus pés, me rodeando.

Quanto tempo dura a rocha mais dura?
Para onde foram o anjo e as pegadas?
Se minhas obras foram bem apagadas,
então por que a água não me perfura?

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