quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Chuva

Chuva d'água virgem celestial,
nostalgia cadente colore sem cor
meu rosto nesta hora matinal
que tanto preciso de seu amor.

Finas agulhas geladas na pele,
como o despertar para caminhar
que, por mais forte que eu apele
ou congele, não me deixa adiar.

Nuvens de cores negra e branca
cobrem o sol, nos roubam a luz,
e, enquanto o vento as espanca
desenhos e formas nelas produz.

E aí vem a chuva novamente,
no sopro dos ventos da mudança
em uma noite de vapor ardente,
branda como inocente criança.

Triste prelúdio do fim amargo
dos círculos de areia que fizemos
dum momento nosso de letargo
onde estiada a chuva, corremos.

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