terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Perfeição

Querendo alcançar o palpável no infinito,
Vazo por entre a brecha sob a porta
A perfeição seria a minha toca,
Se capaz de desvendar o seu caminho.

A loucura me consome cada parte,
Afugento-me em qualquer canto,
Afogando os olhos nesse pranto,
Digo adeus à sanidade.

Onde se encontra esta virgem,
A quem devoto minha vida,
E vagando em seu manto escondida,
Sem deixar qualquer vestígio?

Se não te vejo, sou cego.
Se não a possuo, miserável.
Condenado, pois sempre quero,
O que é de fato inalcançável.

A resposta já existe, é secular.
O que não há é a pergunta.
Eu quero o ar sem respirar
A vitória e não a luta.

Cobro-me sempre o mesmo,
Não aceito sua falta,
Insulto o reflexo no espelho,
Enfureço-me, sinto raiva.

Assim mesmo sigo andando,
Vivendo no erro, sendo normal.
Nas próprias pernas tropeçando,
Confuso, como um animal.